sexta-feira, 16 de março de 2007

Diversofóbia

Esmendrelho-me quando alguém me di que vivemos num país moderno e civilizado. Por que, pergunto. Porque temos leis que reconhecem direitos e que acabam com discriminaçons históricas, respondem-me. Muito bem. Leis feitas por umha metade (grosso modo) da nossa classe política, é maravilhoso e um passo adiante importantíssimo para que este país e para que o mundo continuem mudando, mas que hai da outra metade, representante, em teoria, dumha metade da populaçom?

O principal partido da oposiçom, arroupado por diversos grupos, como algumhas associaçons cidadás e umha seita dogmática, dualista, machista, pretenciosa, intransigente e mui perigosa (e cada vez com menos seguidores, por sorte), continuam negando o reconhecimento às pessoas represalidas polo Franquismo, fazendo pressom para que o adoutrinamento religioso seja umha matéria escolar ao mesmo nível que as outras, desqualificando o matrimónio homosexual, entorpecendo o desenvolvimento das línguas que nom som o espanhol e das naçons que nom som ou nom querem ser a espanhola, etc., enfim, indo em contra de qualquer medida que favoreça a diversidade, a igualdade e a liberdade. Nem todo é mau, polo menos nom estam no poder e nom podem invadir países... é um consolo.

Lembro umha notícia na revista Lambda que dizia que as entidades católicas e conservadoras (eg. os bispos e o PP, quem senom) faziam pressom para que a nova matéria Educaçom para a Cidadania nom recolhesse a existência de famílias homosexuais, ou qualquer referência à "diversidade afectivosexual". Diria isso de "eles saberám o que fam" nas na verdade penso que nom o sabem. Tenhem medo e nem sequer sabem a quê. Uns predicam o amor, na teoria, e dim que deves amar o teu inimigo e o que único que conseguem é gerar ódio. E o PSOE fai o que pode, mas podia fazer muito mais. Penso que nom vamos por mal caminho, mas vamos a passo de boi.

Hoje lia em El País algo que as pessoas realistas já sabem que acontece, e que as pessoas "diferentes" experimentam em carne própria, mas que um nem sempre tem presente, porque nem sempre sai no diário e, quando um se fai adulto, passa a presenciá-lo com menos frequência ou com mais distância, polo menos no meu caso. Quando ainda nom és adulto, talvez nom tes a consciência e madurez suficientes para pensar que isso que passa nom teria que passar. E quando te fas adulto, esqueces ou pensas que já nom passa, que o mundo mudou, simplesmente porque já nom o ves, e porque a gente tende a confundir o reconhecimento jurídico de determinados feitos com o seu estatus real que tenhem na sociedade.

Acontece algo semelhante com o galego: meu pai, como exemplo de cidadao meio, pensa que já está todo feito porque já se ensina na escola, já se fala na tele e na rádio, já nom se persegue a quem o fala. Mas que segue a haver na consiciência das pessoas?

Em qualquer caso, igual convem nom queixar-se demais: sempre podíamos estar pior.

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