domingo, 11 de março de 2007

Imposiçom e bidireccionalidades

Que bonita a eloquência do senhor Gómez de Liaño quando di (as cursivas som minhas):

Recuérdese a Miguel de Unamuno cuando defendía con pasión que debíamos salvar, con «respeto y protección» -como rezaba la Constitución de 1931-, los idiomas de Rosalía y Maragall, pero que no se podía imponer un idioma a un español que no lo hubiese tenido como lengua materna, si no era el castellano, hablado por todos, usado por millones de hombres.
Às vezes vejo-me tentado de submeter discursos inteiros a umha análise de lógica de predicados de primeira ordem ;)

Nom sei o que quereria dizer Unamuno nem o que entenderá o senhor Gómez de Liaño, magistrado e advogado, mas o que eu (probe inhorante) entendo é que o castelhano é o único idioma que se pode impor a um espanhol que nom o tivo como língua materna. Lendo isso, nom parece surprendente que o espanhol seja a língua materna tanto de Liaño como de Unamuno. Suponho que na realidade onde pom "podia" deve-se ler "devia", mas na época de Unamuno (e hoje em certa medida também) é verdade que era o único que se podia impor, e de facto é o idioma que durante séculos se vem impondo aos bascos, galegos e cataláns que nom o tenhem como idioma materno.

E prossegue:
En España hay una Constitución lo suficientemente clara y sólida como para saber que el castellano es nuestra lengua común, que la lengua común de España es el español y éste la lengua común en todas las partes.
Tampouco parece surprendente que seja a "nossa" língua comum depois de que durante séculos os que sim a tenhem como língua materna no-la impugessem aos que nom. Claro, como eles som mais! Mas um momento de reflexom: realmente temos que ter umha língua comum? Está bem, nom digo que nom, mas considerando vantagens e inconvenientes (desde umha perspectiva histórica, e por histórica nom quero dizer 20 anos nim 100), pode resultar tam imcomprensível que haja quem nom queira? Tam ilegítima parece tal proposta? Como faram os belgas ou os suíços? Devem ter uns problemas enormes...

E prossegue:
El intento de sabotaje del pregón de Elvira Lindo, patrocinado por ERC y el acoso al deportista Samuel Eto o por querer hablar en castellano son dos nuevos excesos, propios de la predisposición de ánimo de esos independentistas radicales que pretenden, día sí, día también, dinamitar la convivencia y los pilares básicos de la nación española.
Se a convivência e os pilares básicos da naçom espanhola som que os que nom o temos como língua materna temos que deixar que nos imponham o espanhol sem que nos territórios que tenhem umha língua de seu podamos fazer o mesmo (como fai qualquer país soberano, por certo), pois tampouco é mui surprendente que haja "independentistas radicais" nem que queiram dinamitar essa "convivência".

Acontece que só a parte poderosa pode impor a sua língua. Mas quando hai um mínimo de democracia (por imperfeita que seja) o poder reparte-se entre quem o reclama e as partes menos poderosas passam a sê-lo mais e as que o eram mais passam a sê-lo menos, o que permite que os menos poderosos podam decidir até certo ponto quê se querem deixar impor e quê nom, e isso pode incomodar os que antes eram mais poderosos, o qual é lógico, porque quem tem poder nom gosta de perdê-lo (ainda que fosse ilegítimo), nem muito menos de ver que nom só já nom pode impor (tanto) o que antes sim podia senom que mesmo pode ser objecto da imposiçom inversa.

E respeito aos "sabotajes" e "acosos", nom tenho nada a dizer nem ninguém que defender, a nom ser que quando hai liberdade de opiniom e sensaçom de ser vítima dumha imposiçom, tende a haver desajustes. Ou como di ele, "excessos", mas muitas vezes tais excessos, longe de serem reais, som fabricados polos meios.

Ui, agora que reparo, que feio soa isso de dizer "língua de seu". Dizer "língua própria" tampouco soa melhor. Carai, nom porque nom o seja, senom porque dizer própria ou de seu parece como que implica que as outras (como o espanhol) nom som próprias, senom que vinherom de fora, como se nos invadissem os marcianos, ou que forom impostas, e implicar isso de "língua imposta" soa feio. Vou ter que procurar palavras novas para nom dinamitar nada da naçom espanhola.